quarta-feira, 18 de maio de 2016

Com verdadeira orquestração teatral direção do HUJB faz explanação em sessão pública, mas não convence família de vítima

Foi realizada na noite da última terça-feira (17/05), uma sessão especial, ou sessão pública na Câmara Municipal de Cajazeiras, com a direção do Hospital Universitário Dr. Júlio Maria Bandeira de Melo (HUJB), antigo “Hospital Infantil”, para debater sobre outros aspectos, o crescente número de casos com registro de falecimento de três crianças nos últimos dias que deram entrada naquela casa de saúde e, após o órgão público federal não dispor de equipamentos adequados e profissionais com qualificação especifica – foram transferidas e acabaram falecendo, causando grande repercussão na cidade de Cajazeiras, na região sertaneja e no Estado.
Formada à mesa, iniciados os trabalhos, a Superintendente do HUJB, Maria Mônica Paulino do Nascimento usou a tribuna do plenário e fez uma verdadeira orquestração teatral – mostrando por meio de slides e fotos, uma realidade abstrata. Ao final de mais ou menos uma hora de explanação a mesma foi aplaudida de pé pelos incontáveis servidores do saudoso “Hospital Infantil”.

Foi visivelmente percebido naquele recinto, o desprezo com que fora tratada a família da pequena Maria Gabrielly Barbosa Almeida, que faleceu aos 8 anos, após ter seu quadro de infecção agravado por complicações da inflamação do apêndice, vindo por consequência “estrangular”, segundo depoimento da mãe da vítima – por negligência e falta de conhecimento da médica Dra. Jessica Moura. Com sintomas comuns a vários males e muitos mitos em torno das causas do problema, a apendicite mata quando há demora no diagnóstico ou atraso na realização da cirurgia, que é relativamente simples e rápida, como foi o caso de Gabrielly.
Apendicectomia é o nome dado à operação que retira o órgão inflamado do abdômen do paciente. O apêndice é um órgão pequeno, que se parece com um dedo de luva de até 8 cm e fica preso à região inicial do intestino grosso. Ele não tem nenhuma função para o corpo humano, mas quando inflama precisa ser retirado com urgência. O problema começa pelo entupimento do orifício que liga o intestino ao apêndice. Esta passagem pode estar mais ou menos aberta, dependendo da época da vida, de acordo com o nível de atividade das células imunológicas que constituem a parede do órgão. Normalmente acontece de uma pedra de fezes ficar presa no orifício que está mais inchado, obstruir a passagem para o intestino e ressecar dentro do órgão. As bactérias que habitam o ambiente oco do apêndice ficam isoladas do resto do organismo e passam a se proliferar, causando a inflamação.

Ao ser chamada para usar a tribuna. O silêncio foi total, ouvíamos o toque compassadamente dos tamancos da mãe de Gabrielly ao tocar o assoalho do auditório ao plenário. Nenhuma das pessoas que se levantaram para aplaudir as explanações teatrais da superintendente do HUJB usou da mesma compaixão, ou ato de solidariedade para com os familiares da pequena Maria Gabrielly Barbosa Almeida, que faleceu prematuramente. 


Da redação